sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Percepção da Beleza


Percepção da Beleza
Ouvir; ver; tocar; compartilhar; refletir; amar; sofrer; se alegrar; rir. E também se entristecer e chorar. Arrazoar... Cada ação produzida, cada sensação percebida, acrescenta em nós algo que talvez não percebamos.
Cada acréscimo produzido, por cada ação produzida, por cada sensação percebida e por cada reflexão arrazoada, pode produzir beleza - que pode ser percebida, admirada, ponderada e transmitida.
Não deixe de se apropriar de suas sensações, e de suas ideias. Não as desperdice.
Sobre tudo que te vem à tona, escreva; fotografe; fale. Ouça as mensagens de suas sensações, de suas ideias e dos lampejos de revelação. Se não as compreende, procure decifrá-las.
Há mensagens em tudo. Quase poderíamos acrescentar que há beleza em tudo. Se por agora não o asseveramos é por que o atual movimento da dor e da miséria no mundo, ainda não nos permite dizer que há beleza em tudo, porém, podemos afirmar que em quase tudo há beleza.
Mas ,enfaticamente, ainda podemos afirmar: Há beleza!
Há beleza no silêncio e no barulho. Depende da disposição em colhê-la. Tantos monastérios, tantos caminhos e lugares isolados, porém procurados. Mas também, tanto público para as barulhentas bandas Heavy Metal. Para diversificadas e agitadas baladas. Para a gritaria das igrejas pentecostais e os frenesis de terreiros.
Há beleza no feio – fotografe um fungo com um toque diferente, que você encontrará beleza. Fotografe um indivíduo, em que ninguém vê beleza, com um olhar que procura o belo, que você encontrará beleza. Tantas fotos lindas que retratam a aparente ausência de beleza.
Há beleza nos maus momentos – tantos leitores e espectadores para um drama. Desde a Grécia antiga a Tragédia, que fazia mover o coração dos homens era concorrida.
Há beleza nos sofrimentos – eles são matéria prima para poetas, romancistas, filósofos, músicos e místicos e outros espiritualistas. É Recitada em rimas, soprada em sonetos e refletida nas poesias modernistas e nas ponderações filosóficas. Tantos clássicos literários em torno à tragédia. A tragédia nordestina fez de Graciliano, de um simples alagoano, um escritor internacional. Tantos livros fazem da dor uma joia literária, que o digam os leitores de Tostoi e Dostoievski. Quantos blues executados, chorando a dor com as cordas de guitarra. Quantos chorosos bluesmens ovacionados.
Talvez, só não há beleza na morte, pois ela encerra possíveis colhedores de beleza que enxergam beleza onde não há(via).
Talvez..., porque em algumas mortes há a Beleza da germinação.

Lailson Castanha

Para as Belas pessoas que fazem parte da minha simples vida. Que talvez seja bela, por ser simples. E em sua simplicidade, não pretender a beleza da complexidade – que não enxerga.
- “Tomas. No que você está pensando?”
- “Estou pensando em como eu sou feliz.”

(A insustentável beleza do ser. O filme. Da obra de Milan Kundera)